Cerca de 30 jovens, entre 14 e 18 anos da cidade de São Paulo, participantes do projeto Laboratório do Programa Aprendiz Comgás (PAC) – uma iniciativa da Associação Cidade Escola Aprendiz e da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) – colocarão em prática sete projetos sociais na sua comunidade.
Durante todo o semestre, os jovens participaram de uma série de atividades realizadas no Jardim Ângela, bairro da zona Sul da capital paulista. A formação contemplou três etapas de capacitação. Na primeira, conhecida como “Explorar”, foram realizadas saídas pelo centro da cidade de São Paulo e ao redor do Jardim ngela, com a intenção de identificar os aportes culturais presentes no percurso.
Na segunda, chamada “Focalizar”, os jovens elaboraram um mapeamento voltado para as especificidades de cada projeto, a fim de descobrirem as demandas da comunidade e dos públicos de suas ações. Nesta etapa, os participantes, inclusive, contaram com a presença de Bruno de Castro Lima Sichieri, que ministrou oficina sobre articulação de parcerias, momento em que os jovens puderam aprimorar seus projetos, a partir de uma vivência em prol da construção de um plano, com foco na sustentabilidade financeira das ações.
Segundo Rayssa Aguiar, educadora do projeto, “o envolvimento dos jovens, na construção do mapa socioambiental, é grande, pois esta atividade pede que eles busquem dialogar com os espaços – como, por exemplo, a escola – em que pretendem executar os projetos sociais que idealizaram e revela os desafios e as motivações em se ter uma ação social junto da comunidade”.
Já no último estágio – o “Agir” – o processo de articulação de parcerias e o início as ações é o que movimenta os jovens, que anseiam por ver suas ações se concretizarem. Os projetos sociais articulados pelos jovens apresentam diferentes propostas de atuação, entre elas: a produção de programação musical e de notícias sobre o Jardim ngela no horário do intervalo da Escola Estadual Honório Monteiro, bem como a melhoria do espaço de lazer da unidade; a organização de campeonatos em diversas modalidades de esportes; a revitalização da quadra da Escola Estadual Amélia Kerr Nogueira e de uma biblioteca da região; e ainda a promoção de rodas de conversa sobre livros e filmes exibidos na comunidade.
As atividades e oficinas vivenciadas pelos jovens puderam despertar e estimular capacidades de trabalho em grupo, de maneira participativa e colaborativa, além de desenvolver o espírito de investigação. O processo de elaboração dos projetos foi um passo importante para que alguns jovens desenvolvessem uma atitude mais empreendedora, conseguindo conciliar as demandas do projeto social com seus desejos e habilidades pessoais.
“Quando vejo um problema, me dá a sensação de querer mudar e não deixar do jeito que está. É aos poucos que nós vamos mudar este lugar, pois a vontade do jovem daqui de querer mudar a comunidade é mais forte, por conta do preconceito que sofremos”, declara Raissa Santos, 15 anos, da turma PAC 19.
Ademais, os participantes do projeto Laboratório também puderam identificar problemas sociais predominantes na região do Jardim ngela, como a falta de investimentos nas áreas cultural e educacional e os diferentes tipos de violências a que estão expostos em seu cotidiano. Nesse sentido, chegaram, inclusive, a participar de audiências públicas no bairro, para propor ações de intervenção na região.
Em agosto, estas iniciativas estarão em curso e os jovens comprovarão a experiência em elaboração e implementação de projetos sociais voltados para a comunidade.
