Grupos juvenis discutem sustentabilidade de seus projetos

Desenvolver um projeto e garantir a sua sustentabilidade não é tarefa fácil. Articular parcerias e buscar financiamento para as ações exige dedicação e conhecimento sobre as diferentes formas de apoio que um projeto pode receber.

Para discutir essa questão tão essencial o Projeto Coletivo Jovem promoveu no dia 21 de setembro, no CEU São Mateus, um encontro temático sobre o assunto. Estiveram presentes 11 jovens que participam de grupos e coletivos e desenvolvem projetos culturais e/ou sociais na periferia da cidade de São Paulo.

No encontro, Rui Mesquita, diretor regional para a América Latina e Caribe da Fundação Kellogg, falou sobre as dimensões da sustentabilidade. Com ênfase na sustentabilidade institucional, apresentou as áreas que, se bem estruturadas, fazem as instituições avançarem. Primeiramente falou da área política que, com visão, missão e valores bem desenhados, trazem a identidade da organização.

Segundo Rui, a transparência é peça fundamental nos processos de gestão. Além disso, apresentou aos grupos modelos jurídicos existentes, tirou dúvidas dos jovens sobre o tema e compartilhou com o grupo uma cartela de potenciais financiadores.

“O encontro temático reforçou o que estamos construindo nesses dois meses no Coletivo Jovem e ampliou o debate junto a outros coletivos do território que não participaram da elaboração da proposta colaborativa, mas que também vem buscando a sua sustentabilidade”, comenta Fernanda Oliveira, articuladora do projeto no Programa Aprendiz Comgás.

Para os jovens participantes, o encontro foi essencial para trazer novos conhecimentos. “As informações não chegam até nós. O que vi hoje, nunca tive acesso”, comenta Eduardo Maia, do Grupo Toroká. “É inevitável passarmos por esse momento, se quisermos nos fortalecer como grupo. O espaço que temos com o projeto é importante para refletir, pois como foi dito, estamos muito focados na ação. Essas reflexões despertam possibilidades que até então não tínhamos vislumbrado”, completa Thábata Letícia Morais da Silva, do Grupo Filhos da Dita.

Novos passos

Já no dia 22 de setembro, os participantes do Coletivo Jovem se reuniram com uma advogada e um contador para tirar dúvidas em relação a procedimentos jurídicos e tributários a fim de que possam se institucionalizar, conforme previsto na proposta colaborativa elaborada no Coletivo. Na ocasião, os jovens puderam falar das suas experiências para estruturar juntos os melhores modelos de constituição.

“Cada vez mais eles vêm amadurecendo a ideia de institucionalização e buscando modelos de gestão que sejam compatíveis com as formas horizontais de suas organizações. Sinto que as ações propostas, em certa medida, são desafios a serem alcançados. Mas, o importante não é conseguir a legalização ou não, mas o caminho que percorreram e o que foi gerado de aprendizagem e amadurecimento”, comenta Fernanda.

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