Coletivo Jovem do PAC realiza ações apontadas em proposta colaborativa

O Projeto Coletivo Jovem, desenvolvido pelo Programa Aprendiz Comgás, realizou, desde junho de 2013, uma série de atividades ligadas a cinco coletivos juvenis da zona Leste da cidade de São Paulo, com atuação em diferentes linguagens, como teatro, literatura, formação artística e audiovisual.

Os integrantes dos coletivos Cinemateus, Filhos da Dita, Marginaliaria, Usina dos Atos e Grupo Palavra participaram de diversos encontros que incentivaram o compartilhamento de saberes entre as organizações juvenis integrantes do projeto.

Dessa forma, foi reconhecido, pelos próprios jovens, o mais importante desafio que buscariam superar nessa trajetória junto ao PAC: a garantia de sustentabilidade financeira e de espaços de participação.

Para buscar suprir essas demandas, os grupos traçaram algumas estratégias, apresentadas em uma proposta colaborativa, divulgada em setembro desse ano, após 54h de trabalho coletivo. Entre as ações descritas, estavam a criação de uma publicação sobre o histórico e a atuação dos projetos no território e a viabilização da institucionalização dos grupos interessados.

A publicação foi lançada durante o evento “Sustentabilidade, Rede e Realizações – Ampliando horizontes na zona Leste”, realizado no dia 15 de dezembro, no Centro de Formação Cultural de Cidade de Tiradentes, e contou com a presença de mais de 50 pessoas, entre jovens e adultos da comunidade.

Batizado com o nome “Juventudes, cultura e território: experiências de cinco coletivos da zona Leste de SP”, o material, além de possibilitar maior visibilidade aos jovens, revela o carinho pelo território da zona Leste, mais especificamente, pelos bairros de Cidade Tiradentes, Itaquera, São Mateus e São Miguel Paulista.

A institucionalização de algumas iniciativas do Coletivo, por sua vez, também contou com total apoio do PAC. Dessa maneira, três grupos – Cinemateus, Marginaliaria e Usina dos Atos – se organizaram para passar a ter estrutura jurídica como instituições culturais.

“Em diversas reuniões, nós, dos coletivos, expusemos o quanto nos considerávamos invisíveis perante o poder público, tendo em vista que, atualmente, muitos de nossos integrantes veem na cultura um modo de sobrevivência”, relata Simone Freire, do Coletivo Cultural Marginaliaria. Por isso, a institucionalização foi o caminho encontrado para reverter a questão da invisibilidade e colaborar na sustentabilidade dos coletivos e, consequentemente, de seus integrantes.

Até o momento, o grupo Usina dos Atos já se reuniu em assembleia para fundação do Instituto Usina dos Atos. Além disso, o Coletivo Cinemateus também possui sua primeira diretoria, como organização da sociedade civil. Já o Marginaliaria, concluiu seu Estatuto Social. O próximo passo é conseguir o CNPJ e as demais documentações necessárias, junto aos órgãos competentes da esfera pública. Para isso, os grupos contarão com assessoria contábil e também já puderam ter assessoria jurídica.

Para Caio César, do Usina dos Atos, “até então, o maior desafio tem sido filtrar todas as mudanças, ou seja, alinhar as formas de ações futuras, uma vez que, com um CNPJ, a estrutura organizacional dos coletivos tende a mudar radicalmente”. Nesse sentido, foi parte do processo de articulação do PAC a construção do entendimento sobre o universo das instituições no Brasil, desmitificando algumas noções pré-estabelecidas pelos jovens e buscando garantir, colaborativamente, o reconhecimento almejado.

No total, 58 jovens integrantes desses coletivos foram impactados pelo projeto Coletivo Jovem e mais de 600 mil jovens serão beneficiados com a institucionalização desses grupos.

Fernanda Oliveira, articuladora do Aprendiz Comgás, conta que “essa experiência trouxe reflexões que alimentaram o PAC sobre as questões ligadas à garantia de direitos dos jovens. Sendo assim, o projeto se apresentou como uma iniciativa que reconheceu e apoiou as organizações juvenis tais como elas existem”, ressaltou.

Assim como disse Thábata Letícia, integrante do Núcleo Teatral Filhos da Dita, “este é o início de uma caminhada que pode ser longa, basta querer!”.

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